Postado por Clinonco

A saúde dos dentes é uma das maiores preocupações relacionadas ao envelhecimento. Além da idade deixar evidente o quanto cuidamos —ou descuidamos— da boca ao longo da vida, ela ainda provoca maior fragilidade. E quando a saúde bucal não vai bem, o restante do corpo também é prejudicado.

“Na boca, tudo é cumulativo”, conta o dentista Marcos Moura, membro da ABHA (Associação Brasileira de Halitose). “Hábitos errados e falta de controle na cadeira do dentista vai levar a problemas, às vezes, irreparáveis.”

A estomatologista (que trata de doenças da boca) Juliana Brasil, da Clinonco (Clínica de Oncologia Médica), completa. “Muitas doenças podem se iniciar na cavidade oral e se espalhar para o restante do corpo, e vice-versa”, alerta. “A boca, os dentes, a língua e a mucosa fazem parte do nosso organismo, e devemos cuidar dele como um todo.”

“Mastigação deficiente e produção de saliva errada, por exemplo, leva à azia, gastrite, prisão de ventre”, exemplifica Moura.

Juliana cita, como problemas comuns da velhice, a ausência ou diminuição da saliva, doenças da gengiva, alterações no paladar, desgaste nos dentes e lesões nas mucosas (que compõem o interior das bochechas, o céu e o assoalho da boca e gengivas).

A saúde começa pela boca. Uma deficiente mastigação, uma produção errada de saliva, vão levar a problemas como azias, gastrite, prisão de ventre, e por aí vai, explica Marcos Moura dentista endodontista.

Mas há questões que, hoje, são bem menos comuns —como perder todos os dentes. “Ainda se acredita que vamos envelhecer, perder os dentes e usar prótese total”, comenta Marcos Moura. “E com isso, quando se perde apenas um dente, alguns não fazem reposição com implantes [aguardando a perda de outros]. Isso é o início de um futuro desastre total”.

Além de prevenir repercussões futuras, as próteses ou implantes nos dentes que caíram ou precisaram ser extraídos é essencial para melhorar a autoestima. A dica também vale para adultos mais jovens: Juliana Brasil alerta que as extrações não são exclusivas da terceira idade, e podem acontecer pelo desgaste e maus cuidados ao longo do tempo.

“Mas é sempre bom lembrar que podemos evitar, com prevenção, perdas dentárias, nos serviços públicos de saúde”, diz Moura.

Higiene para prevenção

As mesmas lições que aprendemos desde a infância continuam valendo para o restante da vida: escovar os dentes cerca de meia hora após cada refeição, usar o fio dental, limpar a língua e tomar bastante água. Mas a velhice também traz algumas complicações novas.

Para quem tem a coordenação motora muito prejudicada, pode ser necessário procurar a ajuda de um cuidador para garantir a higiene correta dos dentes. Em casos mais leves, uma escova elétrica —que faz parte do movimento através da vibração, exigindo apenas um movimento de vai-e-vem com as mãos— é uma boa opção.

Aqueles que utilizam próteses precisam tratá-las da mesma forma que os dentes, com higiene constante. As fixas devem ser limpas com escova macia, pasta de dente e fio dental, enquanto as móveis podem ser higienizadas com sabão neutro, escova de cerdas duras e água corrente.

O dentista Marcos Moura ainda aconselha a buscar serviços de saúde gratuitos para orientações, ou para os cuidados que não podemos fazer em casa. “Vá à procura de faculdades ou cursos de pós-graduação que realizam tratamentos gratuitos, ou com preço mais acessível”, indica. Para ele, a política de saúde pública odontológica do Brasil ainda é precária: uma solução fácil seria incluir, nas cestas básicas, um kit de higiene bucal.

Acesse o link do Jornal Agora São Paulo: https://agora.folha.uol.com.br/sao-paulo/2021/11/higiene-bucal-correta-ajuda-a-prevenir-doencas-em-idosos.shtml

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