Não temos dúvidas a respeito dos benefícios do progresso tecnológico e médico. Graças a eles a expectativa de vida está cada vez mais elevada, principalmente em decorrência da redução da mortalidade infantil e por doenças infecto-parasitárias.

Uma segunda onda de impacto foi decorrente do reconhecimento dos fatores de risco para a doença cardiovascular, até então a causa mais frequente de mortalidade. A diminuição do tabagismo e controle das gorduras no sangue, associadas a formas precoces de intervenção, reduziram a mortalidade por doença cardiovascular ao ponto em que, nos Estados Unidos da América (EUA), na população com menos de 65 anos, a mortalidade por câncer ultrapassou, desde 1982, a decorrente de doença cardiovasculares.

Em que pesem as medidas preventivas para as neoplasia e o diagnóstico precoce, que nos EUA evitaram mais de um milhão de mortes na última década, essa ainda é a principal causa de morte.

No Brasil a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA) é de cerca de 580 mil casos novos da doença para 2014. A incidência vem aumentando, como previsto pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que estima que teremos o dobro da mortalidade por volta de 2023, principalmente decorrente do aumento na mortalidade por câncer nos países em desenvolvimento.

O câncer ficou mais próximo de nós. Hoje é difícil encontrar uma família que não tenha um caso da doença entre os parentes de primeiro ou segundo grau.

O alívio para isso vem por parte da própria OMS que informa que 1/3 das neoplasias pode ser evitada com medidas simples de prevenção primária e que a prevenção secundária pode salvar um número expressivo de vidas.

Por isso a informação é importante.

No dia 10 de março o governo Brasileiro começa a oferecer a primeira dose da vacina contra o HPV (Vírus do Papiloma Humano) para meninas entre 11 a 13 anos de idade, com planos de estender essa faixa etária num futuro próximo. A meta é imunizar 80% dos 5,2 milhões de meninas de 9 a 13 anos até 2016.

É provável que o principal obstáculo para cumprir essas metas seja a desinformação e o preconceito. Por isso é importante a conscientização constante em relação ao câncer.

Autor: Dr. Ricardo Caponero – oncologista da Clinonco

No responses yet

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *